28/06/2011

A importância de espaços para o diálogo com pais ou responsável

Postado no Blog da Rede PIÁ em 25 junho 2011 às 12:31

Cada vez que estudo, reflito ou interajo com pais ou professores percebo que um dos grandes desafios ao trabalhar com a criança ou com o adolescente é pontuar, ou melhor, equilibrar algo que podemos chamar de “limites”. Em uma sociedade onde temos cada vez mais o acesso da informação devido a tecnologias, e mais, vimos a “falta de limites” dos adultos com o dinheiro público, com espaços públicos, com serviços públicos, basta a pergunta: como trabalhar limites com os adolescentes e crianças?

Obvio que o desafio da educação ainda mais nos dias de hoje se tornou difícil, afinal de contas “tempo é dinheiro” e se olharmos o sistema em que vivemos, onde cultuamos o “pseudo deus” chamado mercado, fica mais difícil ainda educador os filhos, os alunos de hoje em dia. Esse argumento realmente hoje é válido, mas se olharmos estudos e a própria história da educação de nossas crianças, perceberemos que a educação de crianças por exemplo, em uma outra época, sem a competição dos dias de hoje, também não era feita como deveria ser. O olhar na história para a infância mostrava-se que a infância era vista de forma negativa. Segundo Weber, L.N.D, Viezzer, P., & Brandenburg, O.: “A imagem da infância por muitos séculos, foi aquela expressa por Santo Agostinho (354-430 d.C), que afirmava não existir inocência infantil. Para ele, a criança trazia o pecado original desde o ventre da sua mãe, e assim, representava a condenação da humanidade para o mal”.

O que pretendo com a referência acima, é primeiro desmistificar que a falta de tempo, ou a falta do olhar mais educativos dos adultos para a criança ou para os adolescentes, é efeito de somente de agora. A ausência de carinho, atenção e olhar educativo para a criança e para o adolescente esta presente na história da humanidade. Dessa forma a prática de como vamos educar a criança passa muitas vezes pela agressão, seja ela física, psicológica ou moral. Acredita-se que as crianças acabam sendo um produto do adulto, e não percebemos que a criança é uma pessoa. Em uma pesquisa realizada em Curitiba descrevendo o perfil das denúncias através do programa SOS Criança com registro de vítimas de violência entre 0 a 18 anos de idade, percebeu-se que 51.0% das agressões contra criança e contra adolescentes era agressões físicas, sedo que 34,4% eram pro negligência familiar.

Podemos assim, observar a princípios dois pontos. O primeiro a falta de diálogo e de paciência dos pais ou responsável para a criança e adolescente. E o segundo a cultura da violência presente, sendo inclusive legitimada como “pedagógica”. Nos diversos encontros que faço com os pais, o que percebo nas conversas é a falta de paciência dos mesmos, quando seus filhos, choram, berram, respondem, ou mexem em objetos. Vários pais, ficam sem ação, ou mais se omitem através da birra da criança, sendo assim coordenados pelas mesmas. Outro ponto, é uma vontade enorme que os pais ou responsáveis tem em acertar na educação dos seus filhos, ou seja existe a vontade do acerto. Nessa hora percebo a falta de políticas públicas na área familiar. Vejo ainda isso como um grande desafio para nosso país. Primeiro, moradias e áreas públicas para a convivência familiar e comunitária, segundo o trabalho para o fortalecimento de vínculos familiares conforme se encontra na Tipificação do SUAS, documento este de 2009. O problema começa quando não debatemos, refletimos dialogamos e não fiscalizamos ou cobramos maiores investimos na área social. Há um clamor geral da população para investimento na segurança pública por exemplo, seja por mais policiais na rua, mais veículos, mais presídios, inclusive até guarda municipal armada. Mas não temos ainda um clamor geral, para mais assistentes sociais, com formação periódicas à elas, mais pedagogos(as), mais educadores populares, enfim, uma política de qualidade com investimentos públicos para trabalho junto a famílias. como conseqüência temos uma prática contra crianças e adolescentes vinda através dos temos e legitimada nos dias de hoje (as vezes até pela educação, ou por professores inclusive), marcada por agressões ou negligência. Segundo Weber, L.N.D, Viezzer, P., & Brandenburg, O.:

“As políticas públicas parecem ainda não se ter sensibilizado com os maus-tratos à infância. No Brasil não existem estatísticas nacionais fidedignas sobre o tema (...) estima-se que penas 20% dos casos de maus tratos sejam denunciados.(...) o pacto de silêncio paira trazendo danos à criança e suas famílias”.

Creio que ainda temos uma cultura e uma visão muito forte do olhar e da forma que tratamos crianças e adolescentes, mas se faz necessário como já citamos uma política mais forte dos vínculos familiares. Se não acontece o diálogo, a roda de conversa, a troca de experiência entre os adultos e a sua forma de educar, pior é. Obvio que o Estatuto da Criança e do Adolescente, lei 9069/90 já traz em seu texto artigos importantes de praticas para evitar o desenvolvimento físico, psicológico e moral da criança e do adolescente, agora se faz necessário o espaço de construção para o cumprimento da lei.

Autor: Guilherme Cechelero
Instituto Fala Gui (encaminhado via e-mail)

Referências:
Weber, L. N. D., Viezzer, A.P., Brandenburg, O. J. & Zocche, C. R. E. (2002). Famílias que maltratam: uma tentativa de socialização pela violência. Psico-USF, 7(2), 163-173.

Weber, L.N.D., Viezzer, .P. & Brandenburg, O. (2004). O uso de palmadas e surras como prática educativa. Estudos de Psicologia (UFRN), 9(2), 227-238.

27/06/2011

PAIR - Curitiba realiza seminário para construção de plano de ações

Artigo publicado na terça, 21 de Junho de 2011

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Curitiba (COMTIBA) e a Universidade Federal do Paraná– UFPR realizam no dia 27 de junho o Seminário para construção do Plano Operativo Local do Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro – PAIR. O encontro acontece no auditório do Setor de Saúde da Universidade Federal do Paraná, localizado na Rua Padre Camargo, 280, bairro Alto da Gloria, a partir das 8h.

Na oportunidade serão apresentadas as políticas municipais e estaduais desenvolvidas atualmente pelas secretarias de Saúde, Educação, Ação Social, Turismo e Segurança Pública no enfrentamento da exploração sexual. Um diagnóstico sobre os casos de violência sexual e os serviços de atendimento oferecidos – uma das ações do PAIR – também será tema de explanação no seminário.

Já no dia 6 de julho acontecem as oficinas para elaboração do Plano Operativo Local (POL). O objetivo é reunir atores de diversas áreas do Sistema de Garantia de Direitos que atuam em Curitiba para delinear as ações práticas de combate à violência sexual. De acordo com a coordenadora do PAIR, Jandicleide Evangelista Lopes, a base para a construção do POL é o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil. Assim ele será dividido em seis eixos: Análise da Situação, Mobilização e articulação, Defesa e Responsabilização, Atendimento, Prevenção, Protagonismo juvenil. Para acompanhar o andamento e a efetividade das ações será constituída uma Comissão Permanente do PAIR.

Na última fase do seminário, entre os dias 12 de julho e 10 de agosto, ocorrem as capacitações dos profissionais que atuam no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes em Curitiba. Isso inclui desde os atores envolvidos na prevenção e na defesa dos direitos de meninas e meninos àqueles que elaboram políticas públicas e que executam de fato o atendimento.

O PAIR
O PAIR é uma ação da Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República no âmbito do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. O Programa surgiu em 2002 e inicialmente a metodologia de trabalho foi aplicada em seis municípios de seis estados brasileiros, hoje atinge quase 500 municípios em 22 estados além das 15 cidades gêmeas do Mercosul envolvendo integração de ações entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Seu objetivo é de integrar políticas para a construção de uma agenda comum de trabalho entre governos, sociedade civil e organismos internacionais, visando o desenvolvimento de ações de prevenção e atendimento à crianças e adolescentes vulneráveis ou vítimas da exploração sexual e tráfico para fins sexuais.

Serviço
O quê: Seminário para construção do Plano Operativo Local do PAIR-Curitiba
Quando: dias 27 de junho e 6 de julho, às 8h
Onde: Seminário acontece no Setor de Saúde da UFPR, na Rua Padre Camargo, 280, bairro Alto da Gloria. Já as oficinas serão realizadas no Centro de Capacitação, Rua Dr. Faivre, 169.
Informações: (41) 3360-1022/(41) 3360-7234

Informação encaminhada pela Gerente do IBTS - Zânia Diório

"Seminário Estadual" - 21 Anos do Estatuto da Criança e Adolescente.

Auxílio para abrigar crianças vai a R$ 600

Publicado em 23/06/2011
Após uma mobilização da Rede de Instituições de Aco­lhimento (RIA) de Curitiba, a prefeitura da capital anunciou ontem que vai corrigir a defasagem do valor per capta repassado por criança abrigada para R$ 600. Atualmente, a Fun­dação de Ação Social (FAS) pa­­ga, em média, R$ 315 para que as instituições conveniadas prestem o serviço de acolhimento. Com esse recurso os abrigos precisam atender integralmente e assegurar o direito à vida, saúde, alimentação, lazer, profissionalização, entre outros. O acréscimo ocorrerá a partir de julho. A rede das instituições participou também das negociações sobre a Lei Or­­çamentária Anual e da elaboração do Plano Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente. Hoje, Curitiba tem cerca de mil crianças acolhidas. Elas são encaminhadas aos abrigos quando ocorre alguma violação de direito, como uso de drogas, tráfico ou violência praticada pelos pais.

Informação enviada por Janaina Rodrigues
Fonte: Jornal Gazeta do Povo do dia 27/06/2011

14/06/2011

Coleção “Abrigos em Movimento” – download

A Coleção, organizada pelo Neca e pelo Instituto Fazendo História, reúne relatos de experiências, textos de orientação e reflexão, estudos de caso e depoimentos para a disseminação no país da cultura dos direitos da criança e do adolescente à convivência familiar e comunitária.

Composta por 7 livros e 2 DVDs, contribui com diversas perspectivas aos profissionais que trabalham nas políticas e programas de proteção especial e que buscam a melhoria do atendimento e a concretização das mudanças nos serviços de acolhimento institucional indicadas pelo Plano Nacional de Promoção, Defesa e Garantia do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.

Entre no site para fazer o download de cada publicação:
Livro1: História de vida – Identidade e proteção
Livro 2 – Abrigos em movimento
Livro 3 – Imaginar para encontrar a realidade
Livro 4 – Redes de Proteção Social
Livro 5 – Cada caso é um caso
Livro 6 – Quero voltar para casa
Livro 7 – Abrigo – comunidade de acolhida e socioeducação
DVD – Que casa é essa?

Coordenação: Profª Drª Isa M. F. da R. Guará
Órgão financiador: Secretaria dos Direitos Humanos – SDH

Informação encaminhada pela Supervisora Administrativa do IBTS - Maristela Pimentel Coelho

13/06/2011

Bebê recém-nascido é abandonado na noite mais fria do ano em Curitiba

10/06/2011 07h00 - Atualizado em 10/06/2011 13h13
Do G1 PR, com informações da RPC TV Curitiba

Polícia recebeu uma denúncia anônima sobre o abandono.
Bebê estava com a marca do teste do pezinho.

Policiais do Corpo de Bombeiros de Curitiba encontraram, na noite de quinta-feira (9), um bebê recém-nascido. De acordo com os bombeiros, a criança ainda tinha a marca do teste do pezinho, estava de fralda e enrolada em um cobertor fino. A estimativa é de que ela tenha cerca de três dias de vida.

A noite desta quinta-feira, foi a mais fria da capital paranaense, neste ano, com temperatura média de 8º C e sensação térmica de 3,9º C. O bebê foi encontrado em frente a uma casa na Rua Alfredo Vieira Barcelos, no bairro Uberaba. A polícia recebeu uma denúncia sobre o abandono da criança, aproximadamente, às 22h de quinta-feira. A viatura chegou ao local 15 minutos após a denúncia e, segundo os policiais que atenderam a ocorrência, o bebê “estava ficando roxinho”.

A criança foi atendida por um médico no local e encaminha ao Hospital do Trabalhador. O departamento de assistência social informou que a criança é uma menina e que está em observação.

Nenhum morador teria visto quem abandonou a criança.

Assista o vídeo no link: http://g1.globo.com/parana/noticia/2011/06/bebe-recem-nascido-e-abandono-na-noite-mais-fria-do-ano-em-curitiba.html

02/06/2011

Cartilha da 1ª VIJ orienta crianças contra abuso sexual

Fonte: Assessoria de Comunicação do TJDFT

A 1ª Vara da Infância e da Juventude (1ª VIJ) acaba de tornar disponível na internet uma cartilha de prevenção à violência sexual destinada a crianças e adolescentes. Ilustrado e com linguagem apropriada ao público infantojuvenil, o folheto tem como objetivos esclarecer e informar a criança quanto ao seu direito à integridade física e emocional e legitimar o seu direito de pedir ajuda quando necessário. Com o título "Um Presente Especial", a cartilha é utilizada desde 2007 pela 1ª VIJ no trabalho de prevenção primária do abuso sexual contra crianças e adolescentes. Este ano, foi impressa a 2ª edição do folheto, cuja redação foi elaborada pela psicóloga Viviane Amaral dos Santos, supervisora do Centro de Referência para Violência Sexual da 1ª VIJ, com a colaboração de sua equipe e da Seção de Atendimento à Situação de Risco da Vara.

Além dessa publicação especialmente produzida para o público infantil, foi lançada no ano passado, como parte da Coleção Conhecendo a 1ª VIJ/DF, a cartilha "Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes", voltada à orientação dos pais ou responsáveis, bem como dos profissionais da rede de proteção e atendimento à infância e juventude. Todas as cartilhas estão disponíveis no site do TJDFT, link Infância e Juventude, Publicações.

Sugestão de leitura da Supervisora Administrativa do IBTS - Maristela Pimentel Coelho