25/01/2012

Garotas leem mais e melhor que os rapazes

Avaliações globais feitas desde 2000 com estudantes de 15 anos realçam a diferença de aprendizado entre os sexos


As habilidades em leitura de garotas de 15 anos ultrapassam de longe a dos rapazes nessa mesma faixa etária em 74 países do mundo. Esse resultado tem sido confirmado em todas as edições do Programa Internacional de Ava­­lia­­ção de Estudantes (Pisa), um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que analisa a cada três anos a qualidade e a eficiência de sistemas escolares em países que representam 90% da economia mundial.

As jovens superam os garotos nos testes de leitura desde 2000, sendo que na média geral a diferença a favor delas em 2009, últimos dados do Pisa, foi de 39 pontos. Eles, por outro lado, vencem em Matemática e Ciências, com 15 e 4 pontos a mais, nessa ordem. Participaram da pesquisa 470 mil estudantes, dos quais 20 mil eram brasileiros.

Análise

Os resultados do Pisa se unem a outros levantamentos que comprovam a existência de diferenças de aprendizagem entre meninos e meninas. Ainda que se tente explicar o fato a partir de peculiaridades biológicas e psicológicas de cada um dos sexos, especialistas admitem que ainda é preciso pesquisar mais para saber porque isso ocorre.

“A vantagem das meninas em leitura é o mais evidente. Há estudos que procuram entender esse resultado baseados em características biológicas, outros em fatores psicológicas e outros ainda indicam que talvez existam áreas de linguagem no cérebro que se desenvolvem mais cedo nas meninas. Existem ainda ensaios que estudam possíveis causas sociais, que perdem cada vez mais força”, afirma David Chadwell, consultor de escolas públicas nos Estados Unidos que separam meninos e meninas em algumas aulas.
As pesquisas costumam reiterar, no entanto, a grande interferência das diferenças biológicas entre os dois sexos. Elas são tão grandes que para Neide Noffs, diretora da faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), os resultados do Pisa devem ser analisados com muita cautela. “Não dá para fazer uma comparação exata de meninos e meninas aos 15 anos, já que existem muitas diferenças orgânicas entre eles.” Ela exemplifica que, aos 13 anos, as garotas já estão mudando de corpo de forma marcante, enquanto os rapazes vivem diferentes fases hormonais.

“Isso faz com que as meninas sintam antes uma mudança de responsabilidade, com a maior necessidade de compreensão do mundo, enquanto que os meninos ainda não estão pensando nisso”, explica. “Por isso é importante perceber que não existe melhor ou pior, os dois sexos são diferentes e vivem experiências diferentes o que, com certeza, influenciam no seu desempenho nessas áreas”, insiste.

Educação segmentada pelo sexo
A constatação de altos índices de aprendizagem alcançados por meninos e meninas de 8 a 15 anos que estudam em escolas com turmas exclusivas para um sexo provocou o renascimento desse tipo de ensino em vários países. Como as diferenças significativas mostram-se próprias dessa faixa etária, as escolas voltam a ser mistas nos últimos anos do ensino médio. E, ao contrário do que se vê normalmente no Brasil, muitas das escolas estrangeiras não têm nenhuma motivação ideológica.

De acordo com David Chad­well, responsável por coordenar a abertura de mais de 100 escolas públicas não mistas na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, o objetivo é puramente pragmático. “Depois de atestar as vantagens do ensino para um só gênero, optamos por oferecer também essa opção para os pais interessados nesse tipo de educação. Em escolas mistas, a pedido dos pais e com a coordenação e apoio dos professores, implementamos algumas aulas só para meninos ou só para meninas”, explicou Chadwell, em entrevista por e-mail.

Na Europa, entidades favoráveis à educação separada, como a Easse (Associação Europeia de Educação para um Gênero, da sigla em inglês), reúnem escolas desse tipo em diversos países e publicam a cada ano novos levantamentos de desempenho e pesquisas de comportamento. Outras entidades começam a se preocupar com o fenômeno, como a Oidel (Organização Inter­nacional para o Desen­volvi­mento da Educação Livre), que concluiu em um estudo que entre as 50 melhores escolas do Reino Unido, 36 são de educação separada.

Evandro Faustino, presidente da Isep Consultoria Educacional em São Paulo, favorável ao que ele chama de “educação personalizada”, defende que existem muitas vantagens na separação dos sexos na sala de aula. “A educação por sexo [dos 8 aos 15 anos] ajuda a aproveitar melhor as etapas de desenvolvimento de cada um”, analisa.

Para o educador, os adolescentes não perdem nesse tipo de ensino. “Se houvesse uma separação efetiva em todos os ambientes, isso seria doentio, mas não é o que acontece. Na vida há muitas outras oportunidades de estar com o outro sexo e o custo-benefício para ambos na aprendizagem dessa forma é inegável”, continua. Entre as vantagens, o educador lista a possibilidade de trabalhar com métodos mais adequados a cada sexo.
"Pesquisas mostram que há certas áreas do conhecimento, como línguas, em que os meninos, na presença das meninas não gostam de fazer e vice-versa", acrescenta o educador.

Outros especialistas, no entanto, como Neide Noffs, diretora da faculdade de Educação da PUCSP, não acreditam que, a longo prazo, a educação separada seja a melhor.“A relação entre os gêneros ajuda a potencializar o que é bom de cada um e superar as diferenças”, afirma. “Mas não existe um certo ou errado. O importante é que os pais escolham o que acharem melhor para os seus filhos e, ao mesmo tempo, saibam proporcionar a eles experiências diferentes. Se os filhos estudam em uma escola mista, que possam estar algum tempo em atividades só com pessoas do mesmo sexo e vice-versa”, finaliza.

País tem 27 mil interessados em adotar


O Brasil tem atualmente 27.298 pessoas dispostas a adotar. É o que mostra o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), segundo dados apurados em 10 de janeiro. O CNA foi criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para reunir informações acerca de pretendentes e de quem está à espera de uma nova família. De acordo com a consulta, o número de crianças e adolescentes disponíveis para adoção mantém-se menor que o de interessados: 4.985 no país.

O juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça e coordenador do Cadastro Nacional de Adoção, Nicolau Lupianhes Neto, explicou que o banco de dados tem como objetivo acelerar o procedimento de adoção e possibilitar a realização de políticas públicas na área. Ele ressalta que o CNA também contém informações sobre o perfil dos pretendentes e que “estes são os mais variados”.

Com relação à idade, por exemplo, a maior parte dos pretendentes se concentra no grupo de 41 a 50 anos (10.741). O segundo maior grupo é composto por pessoas de 31 a 40 anos (8.533). Na sequência, estão os grupos formados por aqueles com mais de 61 anos de idade (3.456), que tem de 51 a 60 anos (3.281) e que tem de 21 e 30 anos (1.001). Dos pretendentes, 6.670 tem filhos biológicos. Outros 2.566 têm filhos adotivos.

A maioria dos interessados são casais: 21.747 do total de inscritos no CNA. Ainda de acordo com o cadastro, pessoas em união estável somam 2.286, divorciados 502, viúvos 209 e separados judicialmente 197.

No que diz respeito à renda, é maior o número de pretendentes que ganham de três a cinco salários mínimos – somam 6.525 do total de inscritos. Aqueles com renda de cinco a 10 salários chegam 5.929. De dois a três salários, somam 4.236; de um a dois salários, 3.525 e de 10 a 15 salários, 2.269.

A maior parte dos interessados em adotar reside em São Paulo, onde estão 7.330 do total de inscritos no CNA. Também ocupam lugar no ranking dos cinco estados com mais pretendentes, respectivamente, Rio Grande do Sul (4.278), Paraná (3.859), Minas Gerais (3.581) e Santa Catarina (2.076).

Cadastro - O CNA foi criado em abril de 2008. Nicolau Lupianhes destacou a importância dessa ferramenta. “A possibilidade de adoção passou ser nacional com o CNA. Antes os pretendentes tinham que comparecer a diversos juízos a fim de se habilitar. Com a criação do cadastro nacional, essa habilitação passou a ser nacional”, afirmou.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias


Fonte:

17/01/2012

Instituto Brasileiro de Transformação Social – IBTS / Curitiba – PR | 17/01/2012

Instituto Brasileiro de Transformação Social - IBTS está com vagas abertas em diversas áreas, entre elas: Assistente Social, Instrutores de Português e Matemática, Letras, Magistério Superior, Psicólogo e Pedagogo. Requisito básico é ter curso superior completo no caso dos profissionais e, prévia experiência na área da Infância e Juventude, desejável sólidos conhecimentos da legislação da área social (ECA, LOAS, PNAS, etc.). Para as vagas de estagiários não é necessário experiência. Salário a combinar. Interessados deverão enviar currículos para  tanielle@transformacaosocial.org.br entrar em contato pelo telefone (41)3078-6751 com Tanielle ou Dhebora.

16/01/2012

Anteprojeto de Lei do Estatuto da Pessoa com Deficiência

Tem o presente a finalidade de ressaltar que o período para envio de sugestões para a versão preliminar do Anteprojeto de Lei do Estatuto da Pessoa com Deficiência encerrar-se-á no dia 31/01/2012.

A versão preliminar do Estatuto da Pessoa com Deficiência está disponível no site da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humano - www.justica.pr.gov.br.

Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos
Tel: (41) 3221-7213
estatutopessoacomdeficiencia@seju.pr.gov.br

12/01/2012

Número de adoções cresce 80% em Curitiba

Justiça busca se adaptar à alteração feita no Estatuto da Criança e do Adolescente. Mudança prevê tempo máximo de abrigamento de dois anos

As adoções realizadas em Curitiba no primeiro semestre deste ano tiveram um aumento de 80% em relação aos números do mesmo período de 2010. Se no ano passado 42 crianças ganharam novos pais, até junho de 2011 esse número subiu para 76. Somente em setembro foram 28 novos procedimentos, mais de um por dia útil. Os números podem parecer insuficientes em face da quantidade de crianças vivendo em abrigos, mas demonstram um novo posicionamento da Justiça na área da infância.

O Judiciário precisou se adaptar a uma alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente feita em 2009, que prevê que o tempo máximo de abrigamento seja de dois anos. Após esse período, a criança precisa retornar ao convívio familiar ou ser encaminhada para a adoção. O prazo de adequação à nova norma termina em novembro de 2011.

Nos últimos anos a adoção passou a ganhar mais espaço na Justiça brasileira. Em abril de 2008 foi criado o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), que reúne adotantes e crianças de todo o país com o objetivo de dar mais rapidez e transparência aos processos. Em todo o país, entretanto, o banco de dados conseguiu agilizar apenas pouco mais de 500 adoções em três anos. Por isso os números de Curitiba podem ser considerados um avanço. Hoje o CNA tem 4,8 mil crianças, mas em todo o Brasil há 36,9 mil meninos e meninas vivendo em abrigos. Somente na capital são mil.

Para a juíza da 2.ª Vara da Infância, Juventude e Adoção de Curitiba, Maria Lúcia de Paula Espíndola, dois fatores foram fundamentais para dar mais agilidade aos processos. O primeiro foi o aumento do número de técnicos e analistas judiciários, que ocorreu a partir de 2010, e o segundo, a mudança das atribuições das duas varas da infância existentes. Com a redistribuição de tarefas, a 2.ª Vara da Infância, Juventude e Adoção ficou responsável apenas pelas adoções e não mais pela destituição do poder familiar.

A magistrada afirma que a maior demanda no momento é a transferência da vara para uma região mais central. Em junho de 2009, as duas varas da infância foram transferidas do Centro para o bairro Santa Cândida, o que dificultou o acesso das famílias.

Vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Ado­­lescente da Ordem dos Advo­­gados do Brasil (OAB), Ariel de Castro Alves argumenta que o Judiciário precisa se reordenar. Um estudo mostrou que apenas 6% das varas em todo o país têm dedicação exclusiva à infância. Outro ponto importante é a mudança de paradigma dos adotantes. Hoje ainda há preferência por meninas brancas com até três anos de idade. E no CNA há mais meninos maiores de 3 anos e com irmãos.

Soluções

Em 2009, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também criou um cadastro de crianças que estão em acolhimento institucional para realizar um mapeamento desses meninos e meninas e acelerar a volta para a família biológica ou o encaminhamento para a substituta. Mas, para os próximos anos, as mudanças precisarão ser mais amplas.

A presidente da Associação de Grupos de Apoio à Adoção (Angaad), Maria Bárbara Toledo, lembra que o próprio CNJ orientou que os magistrados realizem audiências concentradas nas instituições de acolhimento. “O juiz pode conversar com a equipe, crianças e famílias. É uma humanização”, afirma.

Fonte:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1175666#.Tw7nNJ2O13o.blogger 
Publicado em 02/10/2011

Paraná é o segundo estado com mais candidatos a pais adotivos

Com 37 pretendentes para cada 100 mil habitantes, a região fica atrás apenas do Rio Grande do Sul


O Lar Lisa, em Curitiba, atende grupos de irmãos: preferência de casais por filhos únicos é entrave para adoção

Os estados da Região Sul concentram o maior número de candidatos a pais na fila do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). O Paraná aparece em segundo lugar, com 37 inscritos para cada 100 mil habitantes. O Rio Grande do Sul é o primeiro colocado, com 39, e o terceiro é Santa Catarina, com 33. Os estados das regiões Norte e Nordeste têm o menor número de cadastrados. O Piauí é o último do ranking, com o registro de apenas 14 pessoas, em números absolutos, interessadas em adotar.

A juíza carioca Andrea Pachá foi uma das responsáveis pela implantação do cadastro e considera que as diferenças regionais ocorrem em função da discrepância entre as realidades socioeconômicas no Brasil. “As regiões Sul e Sudeste concentram maior renda e por isso há mais disponibilidade para a adoção.”

Há outras duas hipóteses principais para a alta taxa de candidatos na Região Sul. A primeira é que o cadastro é mais usado pelos magistrados e futuros pais, que evitam o caminho da adoção ilegal. Além disso, há um importante trabalho de organizações não governamentais que promovem a adoção.

Coordenadora do Grupo de Apoio à Adoção Consciente, Hália Pauliv trabalha há 14 anos como voluntária e vem ajudando a mudar a realidade paranaense. Foi por meio do grupo de apoio que o número de adoções de crianças maiores aumentou no estado.

Um curso ofertado por ela em parceria com a 2.ª Vara da Infân­cia e Juventude de Curitiba se tornou obrigatório para os futuros pais e tem desmistificado diversos tabus relacionados à adoção, como a necessidade de adotar um bebê para que os pais transmitam seus valores.

Exigências

O segundo ponto é que há maior rejeição à adoção inter-racial na Região Sul, embora a maior parte das crianças inscritas no cadastro seja negra ou parda. Enquanto no Nordeste e Norte, respectivamente, apenas 14% e 12% dos inscritos aceitam somente crianças brancas, no Sul esse porcentual sobe para 47%.

A predileção por crianças brancas do sexo feminino, com até dois anos de idade e sem irmãos, é o principal entrave para o funcionamento do CNA em todo o país. Segundo dados do Conselho Na­­cional de Jus­­tiça, responsável pelo ge­­renciamento do ca­­dastro, apenas 3% dos meninos e meninas inscritos têm até 2 anos, en­­quanto 60% dos casais procuram crianças nessa faixa etária. Além disso, apenas 23% dos garotos e garotas são filhos únicos, embora 83% dos futuros pais estejam dispostos a adotar somente uma criança – a nova Lei da Adoção orienta que irmãos não sejam separados.

Adoções aumentaram 80% em Curitiba

Além da criação do Cadastro Nacional de Adoção, nos últimos anos também ocorreram alterações na legislação para ajudar a garantir o direito à convivência familiar dos meninos e meninas. Em 2009, a Nova Lei de Adoção modificou o Estatuto da Criança e do Adolescente, estipulando em dois anos o tempo máximo em que as crianças podem ficar em instituições de acolhimento. Após o término deste prazo, meninos e meninas devem voltar para a família ou ser encaminhados para adoção.

Não há dados oficiais para comparar o número de crianças em abrigos antes e após a lei, mas a percepção dos especialistas na área é que pouca coisa mudou. Vice-presidente da Comissão Nacional da Criança e do Adoles­­cente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ariel de Castro Alves argumenta que ainda há falta de estrutura no Judiciário e Executivo para efetivar a nova legislação. Segundo ele, faltam programas que possam atender à família biológica e garantir o retorno da criança com qualidade.

Na capital, apesar de também não haver dados sobre o número anterior e posterior à nova lei, o número de adoções aumentou 80%. Dados da 2.ª Vara da Infância, Juventude e Adoção mostram que no primeiro semestre de 2010 foram 42 adoções, valor que saltou para 76 no mesmo período de 2011.

Outro avanço foi a implementação da Rede de Instituições de Acolhimento (RIA), composta por 22 entidades que acolhem os mil meninos e meninas abrigados de Curitiba. Em junho deste ano a mobilização das entidades fez com que o valor repassado pela prefeitura por cada criança passasse de R$ 315 para R$ 600. Presidente do Lar Lisa, Marta Rodrigues Ortiz afirma que a meta para o próximo ano é conseguir implantar um Plano de Acolhimento construído em parceria com o poder público, para garantir o melhor atendimento dos meninos e meninas.

Serviço:
Mais informações sobre adoção no site http://adocaoconsciente.com.br

Fonte:
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1209936&tit=Parana-e-o-segundo-estado-com-mais-candidatos-a-pais-adotivos#.Tw7mbXR5eEw.blogger
Publicado em 06/01/2012