11/04/2013

Pais exigentes dificultam adoção

A lista de crianças à espera de uma família é formada principalmente por negras e maiores de 2 anos, características que não interessam à maioria dos casais pretendentes
 
Na teoria, faltariam crianças para serem adotadas em todo o país. O Brasil tem cinco vezes mais casais que desejam ser pais adotivos do que crianças aptas a serem encaminhadas a essas famílias. Mas na prática a história é outra. Grande parte dos pretendentes prefere crianças brancas e 54% desejam crianças de até 2 anos de idade. Na contramão dessa vontade, 66% dos meninos e das meninas que esperam ser adotados são negros ou pardos e só 2,5% têm até 2 anos.
 
O país conta com 29.164 pretendentes a adotar inscritos no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), enquanto 5.465 crianças ou adolescentes estão à espera de uma nova família. No Paraná, a proporção é semelhante. São 3.755 pretendentes e um total de 640 crianças.
 
Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, os pais fazem restrições quanto à idade porque a maioria das crianças mais velhas trazem lembranças da família biológica e do tempo em que ficaram em unidades de acolhimento.
Em todo o país, a proporção de pretendentes que preferem crianças com 2 anos é de 20%. Já para crianças com 10 anos, por exemplo, o índice cai para 0,65% (veja infográfico). Olympio de Sá Sotto Maior Neto, um dos relatores do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), afirma que não raras vezes os casais descrevem, inclusive, qual deve ser o biotipo dos futuros filhos.
 
Irmãos
O quadro se torna ainda mais grave quando se considera o número de pessoas que aceitam adotar irmãos: apenas 19%, contra 81% que não aceitam. Além disso, apenas 17,5% adotariam duas crianças e menos de 0,8% aceitariam três crianças. “O ideal é sempre manter o grupo de irmãos”, ressalta Neto. Segundo o CNA, somente 23% das crianças disponíveis para adoção não têm irmãos.
O desembargador Lauro Melo, do Tribunal de Justiça do Paraná, confirma que a maioria das crianças aptas à adoção não corresponde ao perfil requerido pelos pais brasileiros. “Após muito trabalho, um dia mudaremos esse cenário, conseguindo a adoção de crianças maiores pelos nossos pretendentes . Mas para isso é necessário investir em treinamentos e cursos de capacitação para pais adotivos, o que vem ocorrendo no Paraná desde 2001, quando foram criados cursos com o acompanhamento do Poder Judiciário”, declara.
Para Eliana Salcedo, presidente da ONG Recriar, entidade que auxilia pessoas interessadas em adotar, não é a burocracia que deixa tantos candidatos aguardando a adoção. “Nem sempre há o perfil da criança que os pais desejam. A gente trabalha para que as pessoas amadureçam, mas muitas sonham em passar pela maternidade e paternidade enquanto as crianças ainda são bebês”, salienta.
 
Adoção deve ser sempre a última opção
O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Pro­­motorias de Justiça de Pro­­teção aos Direitos Hu­­manos, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, ressalta que colocar uma criança para adoção deve ser sempre uma exceção. A regra é esgotar todas as fórmulas possíveis para mantê-la no seio familiar.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, determina que as crianças têm o direito de serem criadas na família de origem. “A carência material não pode ser motivo único para a destituição do poder familiar, como ocorria antes”, salienta o procurador.
Em casos de abandono e violência física ou sexual, os pais podem ter a guarda suspensa de forma temporária e a criança é encaminhada a um abrigo. “Temos a perspectiva de superar as anomalias na relação familiar. Caso não seja possível com os pais, a preferência é para que a criança seja criada por outros membros da família”, afirma.
 
 
 
 
Casal derrubou empecilho da idade e adotou casal de irmãos nordestinos

Quando os irmãos Mariana e Mariano estavam sendo levados para o Lar Maná, na zona rural de Olinda (Pernambuco), em novembro de 2010, o casal Luiz Antônio, 51 anos, e Sílvia, 38, começou a frequentar cursos em Curitiba para interessados em adotar. As crianças, abandonadas pela mãe, moraram no abrigo até julho de 2012, quando o destino os uniu ao casal de advogados.
Até então, a vontade era adotar uma criança com menos de 2 anos, como a maioria sonha. “Fomos amadurecendo a ideia e ao longo de uma entrevista optamos por adotar crianças de 2 a 7 anos, que poderiam ser negras ou brancas e também irmãs”, afirma. Enquanto isso, os funcionários do Lar Maná se esforçavam para achar pretendentes que aceitassem Mariano e Mariana, de 6 e 5 anos, respectivamente, e pele negra.
Após realizarem os cursos, Luiz e Sílvia entraram para o Cadastro Nacional em janeiro de 2012. Depois de alguns meses sem retorno algum do Poder Judiciário do Paraná, ele recebeu uma ligação surpreendente de Olinda. “A moça me contou a história das crianças. Conversei com minha esposa e depois de refletir por um bom tempo decidimos que em julho iríamos para lá”, diz. A partir daí já começaram a trocar e-mails, enviando fotos e mensagens a Mariana e Mariano.
Ao chegarem a Olinda, saindo de um frio de quase 3ºC da capital paranaense para uma cidade onde a temperatura beirava os 30ºC, foram conhecer os futuros filhos. “Eles já estavam nos chamando de pai e mãe. Parecia que nos conhecíamos de longa data. Conseguimos a guarda provisória e a adoção foi concretizada em janeiro deste ano.” (DA)
 
Veja quais são os passos e pré-requisitos para quem deseja adotar:
- Qualquer adulto maior de 18 anos pode se tornar pai adotivo, desde que seja pelo menos 16 anos mais velho do que o adotando e procure a Vara de Infância e Juventude do seu município.
- O curso de preparação psicossocial e jurídica para adoção é obrigatório. A partir do laudo da equipe técnica da Vara e do parecer emitido pelo Ministério Público, o juiz decide se a pessoa pode participar do Cadastro Nacional.
- A partir daí deve-se aguardar até aparecer uma criança com perfil compatível com o fixado pelo pretendente durante a entrevista técnica.
Fonte: CNJ
 
 
Fonte: Gazeta do Povo
Publicado em 11/04/2013
 

10/04/2013

Método Paulo Freire de alfabetização completa 50 anos

Paulo Alves de Souza, 70 anos, Maria Eneide de Araujo Melo, 56, e Idália Marrocos da Silva, 83. Três personagens de uma história que teve como cenário a pequena cidade de Angicos, localizada na região central do Rio Grande do Norte, a 170 km de Natal, e que completa 50 anos neste mês de abril. Os três fizeram parte da experiência de alfabetização de adultos, conhecida como as 40 Horas de Angicos, na qual foram alfabetizados cerca de 300 angicanos, em 1963, sob a supervisão do educador Paulo Freire.

A experiência, inédita no Brasil, tinha uma meta ousada: alfabetizar adultos em 40 horas. Mas não era só isso. De acordo com o professor doutor Éder Jofre, Paulo Freire pretendia despertar o ser político que deve ser sujeito de direito. "A palavra 'tijolo' fez parte do universo vocabular trabalhado em Angicos. Era uma palavra que fazia parte do cotidiano dessas pessoas. Mas não era só ensinar a escrever tijolo, tinha também a questão social e política. Era questionado: você trabalha na construção de casas, mas você tem uma casa própria? Por que não tem? Levava o cidadão a pensar nessas questões", explica Éder Jofre, que é doutor no método Paulo Freire.

Paulo Souza lembra que naquela época, quando tinha 20 anos, já não tinha esperanças de aprender a ler, até que chegou na cidade a notícia do curso de alfabetização de adultos. "Eu não pensei duas vezes. Fui na hora." Ele conta que trabalhava o dia todo e seguia para as aulas que aconteciam em uma casa no centro da cidade. "Naquela época aqui era só mato. Depois do trabalho a gente seguia para a aula com o caderninho debaixo do braço. Aquilo mudou a minha vida, porque quando a gente não sabe ler a gente não participa de nada, a gente não é ninguém", diz, emocionado.

Maria Eneide também participou das aulas de alfabetização. Com 6 anos de idade, ela não era o público alvo do curso, mas acompanhava os pais porque não tinha com quem ficar em casa. "Meu pai e minha mãe estavam no curso, então eu ia com eles. Eu aprendi a ler no colo do meu pai e quando ele não podia ir eu acompanhava minha mãe e depois ensinava meu pai", lembra. A experiência foi determinante na vida de Eneide. "A partir dali eu tive certeza de que seria professora e hoje dou aula para alunos da educação infantil", diz.

Aos 83 anos de idade, Idália Marrocos da Silva diz que se lembra 'como se fosse hoje' das aulas. "Nós íamos para uma casa e tínhamos aula na sala. Naquela época essas aulas aconteciam em todo lugar: na igreja, na delegacia, nas casas das pessoas. Muita gente aprendeu a ler com essas aulas", lembra. De sorriso fácil e boa memória. Dona Idália lembra que muita gente tinha medo de ir às aulas porque na época diziam que Paulo Freire era comunista e que os alunos do curso seriam perseguidos. "Muita gente tinha medo. Minha mãe não queria que eu fosse, mas essas aulas mobilizaram a cidade inteira. Foi quase uma revolução e eu queria fazer parte", conta, na cadeira de balanço, em uma casa simples onde mora sozinha.
 
Entenda o método Paulo Freire

Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização baseado nas experiências de vida das pessoas. Em vez de buscar a alfabetização por meio de cartilhas e ensinar, por exemplo, “o boi baba” e “vovó viu a uva”, ele trabalhava as chamadas “palavras geradoras” a partir da realidade do cidadão. Por exemplo, um trabalhador de fábrica podia aprender “tijolo”, “cimento”, um agricultor aprenderia “cana”, “enxada”, “terra”, “colheita” etc. A partir da decodificação fonética dessas palavras, ia se construindo novas palavras e ampliando o repertório.

O método Paulo Freire estimula a alfabetização dos adultos mediante a discussão de suas experiências de vida entre si, através de palavras presentes na realidade dos alunos, que são decodificadas para a aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo.

“A concepção freiriana procura explicitar que não há conhecimento pronto e acabado. Ele está sempre em construção”, explica Sonia Couto Souza Feitosa, coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire (CRPF), entidade mantida pelo Instituto Paulo Freire. “Aprendemos ao longo da vida e a partir das experiências anteriores, o que faz cair por terra a tese de que alguém está totalmente pronto para ensinar e alguém está “totalmente” pronto para receber esse conhecimento, como uma transferência bancária. Esse caráter político, libertador, conscientizador é o diferencial da metodologia de Paulo Freire dos demais métodos de alfabetização.”

O método Paulo Freire foi desenvolvido no início dos anos 1960 no Nordeste, onde havia um grande número de trabalhadores rurais analfabetos e sem acesso à escola, formando um grande contingente de excluídos da participação social. Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi preso e exilado, e seu trabalho interrompido.

“Já naquela época Paulo Freire defendia um conceito de alfabetização para além da decodificação dos códigos linguísticos, ou seja, não basta apenas saber ler e escrever, mas fazer uso social e político desse conhecimento na vida cotidiana”, explica Sonia, que é licenciada em Letras e Pedagogia, com mestrado e doutorado pela Faculdade de Educação da USP.

Desde seus primeiros escritos, Paulo Freire considerou a escola muito mais do que as quatro paredes da sala de aula. Apesar de aplicado entre jovens e adultos, o método também pode ajudar na alfabetização e letramento de crianças.

O método Paulo Freire é dividido em três etapas. Na etapa de Investigação, aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia. Na segunda etapa, a de tematização, eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido. E no final, a etapa de problematização, aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.

Nascido no Recife, Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Ele morreu em maio de 1997, e no ano passado foi declarado patrono da educação brasileira. “O legado que ele nos deixa, entre tantas contribuições, é de esperança”, destaca a coordenadora. “Um legado de entender a educação como espaço de transformação social, que nos ajuda não só a ler a história, mas sermos também escritores da história.”
 
Fonte:
http://www.tnprojetossociais.com.br/verNoticia.php?id=5572
08/04/2013 - 13:20:59
Por Redação TN / Fernanda Zauli, G1 RN

08/04/2013

Pais terão de matricular filhos de 4 anos na escola

Lei publicada no Diário Oficial prevê que novas vagas sejam oferecidas a partir de 2016. Hoje, idade mínima para ingresso é de 6 anos.

O governo federal publicou ontem no Diário Oficial da União uma nova lei que obriga pais ou responsáveis a matricular crianças de 4 anos na pré-escola. O texto altera uma lei de 1996 que estabelecia a idade mínima obrigatória para o ingresso na escola como 6 anos.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), a publicação adequa a lei a uma emenda constitucional de 2009 que já determinava “educação básica obrigatória e gratuita dos quatro aos 17 anos”. A mesma emenda dá às redes estaduais e municipais de educação um prazo até 2016 para se adequar e oferecer vagas para atender essa faixa etária.
A publicação no Diário Oficial revela que “a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
O texto publicado ontem também divide a educação básica obrigatória em pré-escola, ensino fundamental e ensino médio. Ele garante ainda atendimento aos jovens em todas essas etapas por meio de programas suplementares para oferecer material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
Na pré-escola, os jovens deverão ser avaliados mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento, mas sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. Também deve haver controle de frequência exigindo a frequência mínima de 60% do total de horas.


 
Diversidade
Outra novidade na lei foi a inclusão de mais um princípio a ser observado no processo de ensino das escolas. Trata-se da “consideração com a diversidade étnico-racial”. Princípios como igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, pluralismo de ideias, valorização do profissional da educação escolar e garantia de padrão de qualidade já estavam contemplados no texto anterior.
 
Fonte: Gazeta do Povo
Publicado em 06/04/2013

02/04/2013

Aprendizagem

Dislexia afeta 7% das crianças

Quanto antes for identificado o transtorno, menores os prejuízos acadêmicos, sociais e psicológicos para crianças e suas famílias
 
Quando a mãe de Yan, 7 anos, descobriu que o filho tinha dislexia, o menino já havia mudado de escola três vezes por causa de dificuldades no aprendizado. A identificação do problema foi o caminho para que ele finalmente começasse a evoluir nos estudos. Refeitas com um novo método, suas provas que antes tinham notas baixas hoje têm 9 ou 10, resultados que restituíram o interesse pela escola e a aceitação dos colegas.
A história de Yan não é um caso isolado. A dislexia afeta cerca de 7% das crianças, a maioria meninos. Apesar da grande incidência, muitas escolas e professores ainda não estão preparados para lidar com esse transtorno, de difícil diagnóstico. De origem neurobiológica e genética, a dislexia pode comprometer o desenvolvimento das habilidades de escrita, decodificação e pronunciação das palavras. Se tratado a tempo, no entanto, o distúrbio não chega a prejudicar a aprendizagem das crianças.
 
Diagnóstico
Todos os meses cerca de 2 mil pessoas procuram a Associação Brasileira de Dis­lexia (ABD), em São Paulo, em busca de mais informações sobre o transtorno. Em geral, os pais decidem investigar o problema quando a criança já teve alguns anos de escolarização, com desempenho escolar ruim, dificuldades de socialização e baixa autoestima. Nesse cenário, a descoberta de que a criança poderá superar esses obstáculos é um alívio para muitas famílias.
“O disléxico evolui de forma consistente se conta com um acompanhamento adequado”, diz a neuropsicóloga da ABD Maria Inez Ocanã De Luca. De acordo com a especialista, o estudante com dislexia deve estar inserido na sala de aula comum, com pequenas mudanças. “A prova escrita, por exemplo, não é o melhor método. É mais indicado fazer o exame em uma sala em separado, com alguém lendo as questões e com tempo maior para que elas sejam respondidas”, afirma.
Assim como os óculos auxiliam quem não enxerga bem e as muletas são importantes para quem tem mobilidade reduzida, os disléxicos também precisam de instrumentos pedagógicos para enfrentar seus limites. A neuropediatra Mauren Bodanese explica que esse entendimento é fundamental no acompanhamento dessas crianças, e que as escolas precisam estar dispostas a ajudar. “Enquanto a criança não adquirir a habilidade da leitura e interpretação, como vai ser avaliada no que não sabe fazer? Não é como colocar o cadeirante no colo, mas disponibilizar uma rampa para ele subir”, diz.
Além do acompanhamento adequado, família e escola precisam trabalhar juntas. Na opinião de Fátima Minetto, mestre em Educação e doutora em Psicologia, é necessário que os responsáveis pela criança compreendam a dislexia e saibam como agir. “Não saber do diagnóstico do filho faz com que a criança se construa pelo olhar da angústia dos pais. Isso dificulta que um adulto com dislexia tenha uma vida normal e capaz”, alerta.
 
Acompanhamento
Com a suspeita de dislexia, a criança precisa de atendimento especializado. Veja o que fazer:
- Para a Associação Brasileira de Dislexia, o ideal é que a criança seja levada a atendimento especializado após o início da escolarização, quando ela começa a ter dificuldades para escrever ou na compreensão de textos.
- Descartada a falha pedagógica da escola, é preciso buscar ajuda profissional. A orientação de um neuropediatra é importante para descartar outros problemas, como deficiência intelectual.
- Em uma avaliação multidisciplinar, exames de exclusão devem ser feitos, como os que verificam deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais e desordens afetivas. Vários profissionais fazem esse trabalho, como fonoaudiólogos e psicopedagogos. Quando há prejuízo emocional, o acompanhamento psicológico é fundamental.
- Além de contar com um ambiente de leitura adequado em casa, silencioso e sem distrações no entorno, as crianças devem saber que têm a dislexia. Assim, podem entender o motivo de suas dificuldades e saber reagir perante as prováveis dificuldades com os estudos e colegas.
- A escola deve atender de forma diferenciada os alunos com dislexia, como é previsto por lei. As modificações vão desde a oferta de tarefas e avaliações diferenciadas, às vezes em forma oral, até mais tempo para a resolução.
- Os pais precisam ser os principais aliados. Além de terem paciência nos momentos de lição de casa e de incentivarem o aprendizado, especialistas sugerem que os pontos positivos da criança sejam elogiados, como os desenhos bonitos que faz, o comportamento atencioso com colegas, a ajuda em casa etc.
 
 
Bê a bá da Dislexia
Confira os sinais mais comuns desse transtorno de aprendizagem nas crianças:
 
- Na escrita, troca letras, junta palavras que são escritas separadas e separa as que são escritas juntas. Copiar do quadro ou do livro é desgastante.
- O disléxico tem prejuízo da coordenação motora fina, letra feia e irregular e dificuldade para passar da letra de forma para a de mão ou cursiva.
- É mais complicado para aprender Matemática, decorar a tabuada e entender os enunciados de problemas. É difícil conseguir a compreensão e reter informações na leitura.
- A compreensão de textos é difícil, a criança se sai melhor quando ouve a história e também se expressa melhor oralmente que na escrita.
- Como tem confusa a relação entre as partes, não consegue montar quebra-cabeças com a mesma destreza que outros da sua idade.
- É desatenta e dispersa. Cansa e abandona ações antes de completá-las. Tem vocabulário pobre.
- Demonstra má vontade na hora de ir para a aula. Pode faltar e esquecer propositalmente materiais em casa para que não percebam que não conseguiu fazer a tarefa.
- Aprender inglês é muito difícil, disléxicos do mundo todo sofrem com isso. Já com idiomas como italiano e espanhol o aprendizado é mais fácil, pois é mais coerente a relação entre som e grafia.
- Se a pessoa cresce sem ser diagnosticada, geralmente começa a investigar o que está atrapalhando seu desenvolvimento no trabalho, na faculdade ou quando vai prestar vestibular e concursos.
- Tem dificuldade com rimas, para soletrar, separar e sequenciar sons ou em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z).
 
Confira sites e livros que abordam o tema:
Sites:
Associação Nacional de Dislexia: http://www.andislexia.org.br/
Associação Brasileira de Dislexia: http://www.dislexia.org.br/
Livros:
A vida secreta da criança com dislexia, de Robert Frank
A dislexia em questão, de Giselle Massi
Aprendizado e suas desabilidades - Como lidar?, de Abram Topczewski
Manual dos Transtornos Escolares, de Gustavo Teixeira